20 dezembro 2007

Era Uma Vez Um Natal Que Já Não Era Natal

Um boneco de neve que, mesmo sem sol, teimava em derreter. Uma árvore de Natal que não era vaidosa. Uma estrela que se recusava a brilhar. Um rei mago que detestava viajar. Um pai natal que não cabia na chaminé. Uma rena que era alérgica à neve. Um presente que, de tão pudico, não queria ser desembrulhado. Um S. José que tinha perdido o cajado. Um galo que fugia da missa. Um bacalhau que também queria cear Um duende que era ladrão. Uma lareira sem lume. Um sapatinho sem dono. Um menino Jesus idoso. Um jingle bells desafinado. Um peru magro. Um ramo de azevinho sem bagas venenosas. Um sino rouco. Um advento despojado dos dias. Um presépio sem figuras. Uma casa privada dos enfeites.

Era uma vez um Natal que, sem dar por isso, tinha perdido a alma, com a distracção própria de quem perde o que, em princípio, não pode ser perdido; como o mar quando perde as conchas na areia a cada piropo malandro que lhe envia através das ondas.

Era uma vez um Natal que, numa noite feia e sem estrelas, foi o anfitrião de uma família onde não havia amor e onde todas as crianças já tinham perdido a inocência.

Era uma vez um Natal que, ao ver-se ao espelho, não se reconheceu e quis deixar de ser Natal, tal foi o desgosto.

Era uma vez um Natal que não podia deixar de ser Natal por força dos calendários. Zelosos da sua função de guardadores do rebanho dos anos, os calendários não podiam deixar de assinalar o dia 25 de Dezembro. Os mesmos calendários que nos ditam a existência num sussurrar mudo de quem não nos quer assustar com a voragem dos dias douram, com a áurea fatídica da eternidade, o Natal.

Era uma vez um Natal que se tornou amnésico porque as pessoas eram indiferentes aos seus queixumes de fantasma com corpo.

Era uma vez um Natal que, sem existir, continuava a existir…

18 dezembro 2007

Parabéns à Sara

A Sara, que já nos deixou por aqui uns textos muito engraçados, foi premiada num concurso promovido pelas Produções Fictícias.

Foi vencedora da 10.ª semana deste concurso de blogs humorísticos, com o texto "A Miopia é uma Puta", disponível no seu blog opodaalma.

Acho que estamos perante um talento, e alguém que um destes dias vai ganhar a vida com a escrita.

http://arcebispodecantuaria.blogs.sapo.pt/302137.html

13 dezembro 2007

Instalação de 2 Contact Center de duas grandes empresas em Alpiarça

Já sei que me vão chamar muitos nomes, pois muitos dos leitores deste artigo provavelmente vêm à procura da notícia de um grande investimento na nossa terra.
Bem… não é uma notícia, e para que fiquem bem claras desde já as expectativas, no artigo deste mês pretendo apenas fazer uma reflexão acerca do impacto que teria na economia do nosso Concelho a instalação de um ou dois Contact Center de grandes empresas.
Se se sentiu enganad(a)o, compreendo que deixe de ler imediatamente o artigo… (mas não deixe de ler o último parágrafo onde desejo um feliz natal a todos os leitores).
Se continua a ler, é porque lhe interessa pelo menos saber um pouco mais sobre essa ideia meio esquisita de que agora as grandes empresas, quem sabe até multinacionais, podem vir a investir em Alpiarça.
Antes de avançar com a ideia, gostaria de vos fazer uma pergunta. Sabem para onde estão a ligar quando ligam para o serviço de apoio aos Clientes da Portugal Telecom? Imaginem em que País estão a atender as chamadas. É em África, mais propriamente em Cabo Verde. Sabia?
Agora imagine que é Cliente da Vodafone, e contacta também para o serviço de apoio aos Clientes. Sabe onde vai parar a chamada? Provavelmente dá um pulo até Braga.
Na empresa onde trabalho, se eu ligar para o apoio informático (help desk) a chamada vai, imagine, parar à Irlanda. E sou atendido em português, em mais de 90% das situações.
Aqui bem perto, nas Caldas da Rainha, instalou-se também há pouco tempo uma grande empresa com um contact center.
Um contact center é um sítio com muitos computadores, e com muita malta nova rodeada de tecnologia de ponta, ligada a grandes sistemas de informação e que através do acesso a essa informação sobre os produtos e processos de uma empresa, conseguem responder (ou pelo menos tentam) às questões e às situações levantadas pelos Clientes.
Normalmente são equipas constituídas por um punhado de Colaboradores do quadro da empresa (os responsáveis pela gestão e pela direcção dos vários departamentos) e por uma imensa maioria de trabalhadores contratados à hora por empresas de trabalho temporário.
Pronto, já sei que se vão levantar mais umas vozes a falar mal do trabalho temporário, e coisa e tal, que vem para aqui falar de trabalho precário e que Alpiarça precisa é de outras coisas.
Para quem fala mal do trabalho temporário e das novas relações de trabalho que se avizinham no cada vez mais complexo mundo das novas tecnologias, voltarei ao assunto no próximo mês.
Mas por agora deixem-me sonhar com o projecto de criarmos uma dinâmica de investimento em Alpiarça que seduzisse uma ou mais grandes empresas a instalarem no nosso Concelho os seus Contact Centers.
Investir em infraestruturas tecnológicas que permitissem fixar os nossos jovens estudantes, e fizessem eventualmente retornar outros que procuram fazer vida fora daqui, poderia trazer grandes benefícios para a economia local.
Desde logo porque há um conjunto de outros serviços que tinham que se modernizar e desenvolver para dar resposta a um novo tipo de população trabalhadora, mais exigente e com um bom poder de compra. Sim porque o trabalho é temporário, mas permite a jovens estudantes terem alguma autonomia financeira.
Já tive oportunidade de trabalhar como Consultor em vários contact center de grandes empresas em Portugal, e de 1999 até 2007 foram muitas as caras que revi passada quase uma década… mas enfim, é trabalho temporário e muito precário.
Os restaurantes teriam que alargar a sua oferta e adaptá-la às necessidades de quem trabalha 24 horas por dia. Os transportes idem. Outros serviços de apoio teriam eventualmente que ser criados pois novas necessidades surgiriam. Falo dos serviços de suporte tecnológico, eventualmente mesmo de empresas de trabalho temporário (que normalmente crescem organicamente à medida das necessidades do mercado onde actuam), serviços de limpeza, catering, vending, etc etc.

Mas como é que pode funcionar uma coisa destas?

Acredito que uma ideia como esta só poderia vingar se houvesse um compromisso entre a autarquia e o actual tecido empresarial no sentido de se criarem sinergias e dinâmicas de investimento que permitissem colocar Alpiarça na rota das grandes empresas que podem instalar estas competências em qualquer parte do Mundo.
O importante era garantir que existiam instaladas e disponíveis as infraestruturas técnicas e tecnológicas, e que existia mão-de-obra com as necessárias competências para assegurar a prestação dos serviços.
Aqui está uma das aplicações evidentes da Carta de Competências de Alpiarça de que falei no artigo do mês passado.
O investimento não faria sentido sem uma grande operação de charme junto dos responsáveis das grandes empresas, tentando vender as vantagens inerentes à instalação de uma solução empresarial como são os Contact Center num meio com custos de vida eventualmente mais apetecíveis para quem está a iniciar a sua vida profissional.

Bem, fica a reflexão, sabendo de antemão que isto não se faz de um dia para o outro, e desejando que a partir desta reflexão se possa discutir mais um pouco este assunto.

Em época de Natal desejo a todos os Alpiarcenses, e leitores do Voz de Alpiarça um santo natal, e formulo votos de que 2008 seja um ano mais redondo tal como é o próprio número 8, ou seja, um ano duplamente cheio de coisas boas.

Helder Figueiredo
Comentários, sugestões, insultos ou donativos para alpiarcense@gmail.com

10 dezembro 2007

Talvez...

“O teu nome
até os objectos o sabem
quando nos pedem um uso diferente
os objectos tão gastos tão cansados
da circulação absurda a que os obrigam”
Alexandre O´Neill

Estavam ambos sentados num dos bancos azuis e encarnados do metro. Pareciam alheios às pessoas que se iam amontoando na sua periferia, a maioria delas de pé, a sofrerem as sacudidelas típicas do rolar das carruagens sobre os carris.

Ela, com a mala meticulosamente colocada sobre o colo, fixava com o olhar vago um qualquer ponto invisível, talvez tentando encontrar a imagem perdida que costumava ver e rever nos seus sonhos de criança, com a espontaneidade robótica que a esperança propicia, e que, agora, estava a custar tanto encontrar no meio de todas as imagens que compunham o seu álbum da alma, progressivamente enlameado pelos anos. Ou, talvez, sentindo desde à muito este paradoxo frustrante dentro de si, estivesse apenas a tentar ignorar o metro, as pessoas, a carruagem vestida de azul e encarnado, aquela manhã em que o mesmo trabalho de sempre a esperava uns metros à frente, e todos os outros ingredientes que compunham o círculo fechado dos seus dias. Com as pupilas dilatadas pela urgência de fixarem apenas o vazio, talvez tentasse apenas ignorar a sua própria vida.

Ele, embrulhado num casaco de cor parda, talvez comprado nos saldos à cinco anos atrás porque “isto a vida está cara e nunca, jamais, se podem cometer excessos”, manobrava repetidamente a caneta do seu PDA, distraindo-se, talvez, com uma qualquer actividade arrancada ao desejo profundo de sobressair na massa anónima composta pelas formiguinhas do metro; afinal, não é qualquer um que possui um PDA e, muito menos, é qualquer um a quem urge a necessidade de o manusear durante a curta e matutina travessia subterrânea pela cidade. Talvez queira aparentar ser um grande homem de negócios; contudo, a ausência do fato de boa fibra, da gravata à moda e da aura resoluta e confiante, resultado do coleccionar incessante de demonstrações de um intelecto brilhante, denuncia uma profissão bastante mais humilde. Talvez trabalhe nos correios. Ou, talvez, seja um mero empregado num qualquer departamento numa qualquer empresa. Tem, definitivamente, o ar atarracado de funcionário a quem os abusos de poder do patrão fizeram mirrar as costas.

“Campo Grande, Cidade Universitária, Entrecampos, Campo Pequeno, Saldanha” – as estações sucedem-se freneticamente umas às outras.

“Próxima estação: Picoas” – anuncia a voz feminina que sai mecanicamente dos altifalantes, colocados estrategicamente para ressoarem em todo o espaço azul e encarnado, iluminado por um fluorescente hostil que pretende mostrar a realidade crua e friamente, função que desempenha com mestria.

Chega então o momento em que ela se vira, pela primeira vez, para ele. Pronuncia um até logo enfastiado; um até logo que, talvez pela força das circunstâncias, tem mesmo de ser um até logo e não pode ser outra coisa qualquer. Dão um pequeno beijo na boca. O leve roçar casto dos lábios dela com os dele faz estremecer a carruagem, provocando um murmúrio metálico, como que uma manifestação da surpresa do próprio universo, revoltado com a nudez de sensualidade deste gesto, supostamente um dos símbolos mais sublimes da paixão. É então que se conseguem vislumbrar as alianças a agrilhoarem os seus dedos anelares; são, indubitavelmente, casados um com o outro. Não podem, no entanto, ter contraído os laços sagrados do matrimónio há muito tempo, dado que as suas fisionomias revelam uma idade compreendida entre os trinta e os trinta e cinco anos.

Ela levanta-se com a compostura rígida de quem não conhece gestos diferentes talvez porque, à falta da audácia da imaginação, repete vezes sem conta os mesmos movimentos limitados pela rotina simétrica dos dias. Ele continua, impávido e sereno, a espicaçar o ecrã do PDA, com a constância dos trejeitos obsessivos que se tornam o oxigénio de uma vida.

Trazem ambos uma expressão de enfado no rosto, própria de quem já não se diverte há muito tempo. Talvez já nem saibam o que é isso da diversão: “Isso é para os outros, os inconscientes que vivem sem preocupações”. Talvez segundas, terças, quartas, quintas, sextas, sábados e domingos saltem sucessivamente do seu calendário, pendurado na parede da cozinha desde o início do ano, a um ritmo cada vez mais idêntico. Talvez o acordar, o almoçar, o jantar e o deitar se desenrolem sempre escrupulosamente à mesma hora e da mesma maneira. Talvez aos sábados se entretenham a visitar os pais dela durante a tarde e os pais dele durante a noite e, ainda que a conversa esteja a pedir mais palavras nesses serões, as calem até ao próximo sábado, porque os ponteiros do relógio indicam a hora religiosa de ir para a cama, e não se pode desobedecer a esse general do tic-tac que é o tempo. Talvez reservem a manhã de domingo para o prazer carnal, que vai sendo cada vez menos prazer e cada vez mais o mero cumprimento de um dever imposto pela carne, mais uma maçada à espera de ser consumada. A mesma carne que toma todos os dias banho durante rigorosamente dez minutos, “que isto a conta da água é um balúrdio”, com a espuma do sabão de glicerina, cada vez mais escorregadio, talvez por estar farto ser sempre ele a ser utilizado nas barrelas daqueles dois seres; afinal há tanto sabonete diferente e tanta variedade de gel de banho à venda no supermercado! Talvez comprem sempre a mesma quantidade e as mesmas coisas no supermercado; para quê experimentar produtos diferentes se podem correr o risco de não gostar? Para quê, aliás, correr qualquer tipo de risco? Pode-se tropeçar e cair e estatelar a alma ou outras coisas igualmente importantes no chão, o que representa um perigo que só os inconscientes podem estar dispostos a correr. Eles, com orgulho, não são inconscientes, aliás, eles até talvez se achem superiores aos outros por não serem inconscientes.

Talvez, com o volver dos anos, o deserto que criaram nas suas vidas, se resolva num grande oásis de frustração onde passarão a viver permanentemente, ela com as saudades eternas dos sonhos que viu a vida desfazer e ele a tentar ignorar o tempo, cada vez mais agoniado com o bambolear ininterrupto da caneta do PDA entre os seus dedos periclitantes. Talvez se apercebam então, quando o marulhar da morte surgir perfilado na sombra que arrastam pesarosamente atrás de si, que talvez tenham vivido sem verdadeiramente viver. E talvez aí já seja tarde demais…

06 dezembro 2007

Iluminação de Natal... uma sugestão




Ainda não vi as 'luzinhas' de Natal penduradas na nossa Rua "Direita" (Rua José Relvas).
Por isso lembrei-me de sugerir uma das opções (ver a foto).
Simples e barata... pelo menos a crer nas notícias que dizem que o orçamento para a iluminação de Natal em Lisboa foi cortado em 60%... mesmo assim, ainda deu para colocarem estas bonitas luzes em tom de azul.
A foto foi tirada durante uma viagem de táxi a caminho de Santa Apolónia, ali mesmo antes de entrar no Terreiro do Paço.
A má qualidade... é porque foi tirada com o telemóvel.

Bom Natal

PS: Actualização deste post a 8 de Dezembro. Afinal as luzes sempre apareceram. E deixem-me dizer que são muito bonitas. Uma prova de que o simples quase sempre é muito bonito. Parabéns pela escolha.

03 dezembro 2007

Praias: Amado, Carrapateira, Vale Figueira, Murração e Arrifana




Este fim-de-semana resolvi seguir aquela máxima que costumava aparecer por aí pelos cartazes de turismo: “Vá para fora cá dentro”. O destino escolhido foi Sagres, o local onde o Infante D. Henrique instalou, no século XV, a mítica Escola Náutica, forte impulsionadora dos Descobrimentos. Fiquei alojada no Hotel Baleeira, um espaço moderno e recente, localizado em frente à marina de Sagres.


Na sexta-feira jantei em Vila do Bispo. Para quem acaba de sair do reboliço de Lisboa, Vila do Bispo parece um fim do mundo saído directamente das páginas dos guias de locais remotos. Comi uma safia grelhada, peixe parecido com o sargo, que me recordou, mais uma vez, quão boa é a comida portuguesa.


O sol, felizmente, insistiu em brilhar, apesar do adiantado do mês de Outubro. O Outono já não é o que era! Cada vez mais, o Outono começa a parecer-se com aquela época dourada do final do Verão, em que, apesar do sol ainda ter muita garra, os dias ficam mais curtos e a noite estreia-se a presentear-nos com aragens frescas que prenunciam a chegada de uma nova estação.
No sábado aproveitei a onda de calor e fui até à praia do Amado, uma praia com um areal extenso e com ondas populares entre os surfistas. De seguida, visitei a Carrapateira, enorme e desértica, onde desagua uma ribeira que, com a maré-cheia, é preciso atravessar para alcançar o areal. A característica mais marcante destas praias é que parecem prolongar-se indefinidamente para o lado oposto ao mar; são, literalmente, praias que nunca mais acabam! Por último, fui a Vale Figueira, onde se chega através de uma estrada de terra batida; com a maré-cheia, a dimensão desta praia diminui substancialmente, tornando-a demasiado pequena.


Por volta das sete da tarde vi o pôr-do-sol no cabo de S. Vicente, na companhia de inúmeros turistas que aplaudiram entusiasticamente o momento em que o astro-rei se escondeu completamente no mar. É um espectáculo que vale a pena! O sol quase não parece o sol, parece antes uma enorme bola cor-de-laranja atirada ao mar por um acaso do tempo. Assistir a este momento faz-nos sentir mais próximos da natureza e faz-nos pensar que, se calhar, seríamos mais felizes se reparássemos mais vezes em fenómenos tão simples como este; em Lisboa, nunca sei atrás de que prédio é que o sol anda escondido…


Jantei em Lagos. Fiquei verdadeiramente espantada com o facto de Lagos estar a abarrotar de movimento. Mais tarde vim a saber que era o dia da cidade, comemorado à maneira, com fogo de artifício e concertos! Muitos turistas passeavam o seu bronze de t-shirt, alheios ao frio que se fazia sentir; muito provavelmente aquela temperatura em final de Outubro, para eles, significa calor.


No domingo o destino eleito foi a praia da Murração. Os guias recomendam que se vá de jipe ou de bicicleta e, de facto, é melhor cumprir o aviso: o acesso, em terra batida, está em mau estado e o declive do percurso é, em algumas zonas, acentuado. Para se chegar, é necessário virar à esquerda, no sentido Sagres-Aljezur, ao pé dos moinhos de vento; não existe qualquer indicação no local. A praia é um pequeno paraíso escondido no meio das falésias escarpadas. Ocupada apenas por meia dúzia de pessoas, entre as quais praticantes de nudismo, os únicos sons que se ouviam eram o ruído das ondas e o chilrear da passarada. A norte, com a maré baixa, é possível aceder a algumas grutas e a pequenas praias encalhadas no meio das rochas.


Após um dia passado neste recanto paradisíaco de Portugal, segui para a Arrifana. O termo que me vem à cabeça para definir a Arrifana é: “cool”! O bar situado sobre a praia, decorado de uma forma exótica, faz-nos esquecer que estamos na Europa e permite-nos observar o areal e o mar, onde é possível observar um autêntico engarrafamento de surfistas. Todo o ambiente é de descontracção; eu mal queria acreditar que, daí a poucas horas, ia estar de regresso ao trabalho num edifício de dezassete andares, repleto de gente de fato e gravata, onde o mais parecido com o som do mar é o ronronar quente e metálico do computador portátil…