02 julho 2008

Motivação e Futebol

Li o artigo do Hélder "What 8 Things Do Employees Want? (Hint: Money's Not on the List)" e concordo inteiramente com o mesmo e com os comentários que ele faz no final.

Acredito que pessoas só se motivam com a remuneração se o que ganharem não for suficiente para cobrir as suas necessidades (quais as necessidades de cada um já poderá ser assunto para outro post).

Em termos empresariais fala-se muito em ROI (Return on Investiment), um indicador financeiro (para quem não conhece).
Citando a minha Directora, o ROI do Colaborador é o seguinte:
R - Reconhecimento
O - Oportunidade
I - Informação

Ora vamos analisar isto com a metáfora do Futebol.

Comecemos pelo último, INFORMAÇÃO:
Imagine o seguinte cenário: Nunca ouviu falar de futebol na vida. Não conhece as regras, nem como funciona praticamente nada. Concorre para a função "Futebolista" e o vosso novo chefe mete-o no campo sem praticamente lhe dizer nada.
Dá-lhe uma bola para as mãos e "leva na cabeça" pois só se pode tocar com os pés. Vê a bola e começa a chutar sem objectivo. Obviamente que falha a baliza, pois nem sequer sabem que é suposto rematar para lá. Quantas vezes os vossos chefes (digo chefes de propósito, para os distinguir dos lideres) vos pedem o mesmo? Que apenas chutem a bola sem vos dizer qual o objectivo de a chutar?

Passemos à OPORTUNIDADE:
Passado algum tempo de treino sem objectivo e de "levar na cabeça" por parte do treinador e dos colegas, começa a perceber que joga à Defesa e que o seu objectivo principal é não deixar que o adversário chegue à vossa baliza. No entanto sabe que se sentiria muito melhor na função de Avançado (estaria mais motivados e acredita que conseguiria fazer um melhor trabalho). A equipa precisa de um novo Avançado mas o treinador em vez que aproveitar o seu potencial (ou de pelo menos tentar) vai buscar um jogador ao mercado. Quantas vezes já viram isto acontecer? Se calhar vezes de mais, não?

Por último, cheguemos ao RECONHECIMENTO:
O avançado que foi contratado afinal não fez um bom trabalho (será que também ninguém lhe explicou o objectivo da sua função?) e foi dispensado da equipa passado pouco tempo. Você sentiu coragem e propôs ao seu treinador que o deixasse experimentar a função. Ele aceitou e você começa a treinar na nova posição. Sente-se mais motivado pois já percebeu as regras do jogo e identifica-se muito mais com as suas novas tarefas.

Chega o dia do jogo. Um projecto importantíssimo. Uma final. Estádio cheio. 120mil pessoas.

1º jogada: Recebe a bola de peito, domina-a e remata ao angulo. Bate na trave... Sente que esteve quase lá! No entanto, todo o estádio o assobia. O seu treinador chama-lhe incompetente.

2º jogada: finta três adversários, ao estilo "Ronaldo" e, frente a frente com o guarda-redes, dá o seu melhor, rematando uma bola praticamente impossível de defender.... Infelizmente o Guarda-redes fez mesmo o impossível e defendeu... Mais uma vez o estádio assobia, chama-lhe nomes e o seu treinador, coerente, chama-lhe incompetente.

3º jogada: Faltam 30 segundos para o final e o jogo está empatado. Corta uma jogada de contra-ataque da equipa adversária no seu meio campo (algo que não era muito bom a fazer mas que desta vez conseguiu). Olhou e viu que tinha praticamente toda a equipa adversária pela frente mas sente-se inspirado! Qual Maradona, decide avançar pelo campo. Finta um...finta dois...finta três! Ainda faltam dois... Segue em frente. Faz uma "revienga" ao primeiro e passa a bola por cima do segundo. Só falta o guarda-redes. Não satisfeito, levanta a bola com o calcanhar e, rodando sobre si próprio, faz um pontapé de bicleta melhor que os do Pelé e marca um golassso! Está radiante! Corre e pula pelo campo!
No entanto o estádio está em silêncio, assim como os seus colegas de equipa e o Treinador. Afinal não fez mais do que aquilo para o qual é pago...

Este cenário é-lhe familiar?

01 julho 2008

Autarquias e a difícil digestão dos Blogs

Câmara da Póvoa de Varzim contra dois blogues


PEDRO FONSECA
SARA MATOS

Blogue. Presidente quer desvendar anonimato

Em lugar do povoaonline surge o povoaoffline, onde é reproduzida a notificação judicial

É a segunda vez que Macedo Vieira e Aires Pereira, respectivamente presidente e vice-presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, requerem judicialmente o encerramento de blogues críticos à sua actuação.

O povoaonline foi encerrado na semana passada pelo Google após intervenção judicial, o que gerou vários comentários em blogues e, ontem, uma notícia no Público. Entretanto, surgiu o povoaoffline onde se reproduz a notificação judicial e se faz a apologia irónica do presidente da Câmara. O autarca já admitiu requerer o seu encerramento se "enveredar pelo caminho do anterior". Macedo Vieira garantiu ao DN que o povoaonline "é o primeiro" que processa, visando "uma decisão judicial para que o Google identifique a pessoa" que o gere. O que o move é contrariar "o anonimato, ele que dê a cara" porque "é importante conhecer os autores" do que alega serem difamações pessoais, familiares e profissionais.

Num outro caso, em Novembro de 2006, os mesmos dois autarcas sociais-democratas "apresentaram acusações no Ministério Público contra o blog Cá 70 de Silva Garcia, vereador do PS", revelava então o Póvoa Semanário. Garcia renunciou ao cargo em Março passado afirmando: "saio por náusea e como protesto contra um estado de coisas inaceitável".

Vieira desmente qualquer processo com o Cá 70, excepto por um artigo de opinião do seu autor num jornal em que o apelida de "idiota". "Com o Cá 70 não há nada", afirmou ontem telefonicamente, e o blogue nunca foi processado, "que eu tenha conhecimento".

Com o título "Presidente da Câmara em guerra com a blogosfera", o artigo do semanário era peremptório. A autora do artigo já saiu do jornal mas a directora Catarina Pessanha confirmou que "não houve desmentidos" à notícia. A providência cautelar para o encerramento do povoaonline foi aceite num tribunal de Lisboa e, em Maio, notificada a Google (detentora do Blogger) para agir no prazo de 10 dias. O tribunal enviou o aviso à Google Inc. para o endereço da Google Portugal, subsidiária que "não tem nada a ver" com este assunto, diz o seu responsável Paulo Barreto.

A Google não respondeu em tempo útil sobre a forma como encerrou o blogue quando assegura nos seus termos de serviço que só responde perante os tribunais da Califórnia (EUA).|

What 8 Things Do Employees Want? (Hint: Money's Not on the List)

What 8 Things Do Employees Want? (Hint: Money's Not on the List)

Topic: HR Management

Tangible rewards play a role in job satisfaction, says today's expert, but for many workers, the "happiness factor" depends heavily on intangibles, such as respect, trust, and fairness.

Is money the key to retention and productivity? It helps, says the Christian Science Monitor's Marilyn Gardner, but it's not enough. Beyond pay and benefits lie eight key factors that influence "happiness" at work-factors that motivate workers and keep them at your organization. Here's our distillation of Gardner's eight factors, as found on the website, communityinvestmentnetwork.org.

1. Appreciation

Praise heads the list for many workers, and it doesn't cost the employer anything to provide it, says Gardner. A sincere thank you or a short note can mean a great deal.

2. Respect

Again there is no cost and a big payback. Respect plays out in letting people know that their work is appreciated, in treating them like adults, and in being fair in your dealings with them.

3. Trust

Trust is the action side of respect. People need guidance, but they need to know that their boss trusts them to be able to get a job done on their own.

4. Individual Growth

Today's workers-especially the Gen Y group-want training, want to take on new challenges, and want to advance based on their new abilities. Giving a raise without increasing responsibilities could actually backfire, notes Gardner. As one expert says, if you give more money to an unhappy employee, you end up with a wealthier unhappy employee.

5. Good Boss

It's the old saw: People don't leave companies, they leave bosses. In a recent Robert Half survey, Gardner notes that 1,000 Gen Y workers ranked "working with a manager I can respect and learn from" as the most important aspect of their work environment.

6. Compatible Co-workers

Working with people you enjoy is also very important, says Gardner. Spending the day-every day-with people you don't like does not make for a productive workplace.

7. Compatible Culture

Employees want a work environment that fits their needs. That could mean hard-driving, high paying, or it could mean high flexibility and significant attention to work/life balance.

8. A Sense of Purpose

People want to know that they are contributing to something worthwhile. They need to know what the organization's core purpose is and what it is trying to achieve. And then they need to know how their particular job fits into the whole.


One of the interesting things that Gardner discovered about employee "happiness" is that there is a disconnect between what managers think and what employees think about happiness at work.

Managers tend to think that salary and benefits are the main motivators, while workers consistently respond that factors such as those mentioned above are what's important. Successful organizations will find a good balance to retain their best people.


Comentário:

Há vários anos que trabalho os temas da Gestão das Pessoas e sempre defendi que não é só com dinheiro que se motivam as pessoas.

Tenho recebido muitos comentários trocistas quando o digo, "porque o dinheiro é que é importante, etc e tal"... mas ainda bem que há estudos que provam o que já observei muito no 'terreno', que a maior parte das vezes, é com outro tipo de estrategias que se conseguem trazer as pessoas para o compromisso.

Lembro-me em particular de um caso de um colaborador (infelizmente já falecido num acidente), em que bastou mudá-lo de funções para um lugar mais adequado ao seu perfil, e em que as tarefas pelas quais era responsável faziam-lhe muito mais sentido.

Mas ainda deixo uma provocação... pense no seu PIOR CHEFE, mesmo no pior que alguma vez teve que aturar... já pensou?

Então agora faço-lhe uma proposta: e se lhe pagassem o dobro do que recebe agora, voltaria a tê-lo como chefe?

Reflicta na sua resposta. Não naquela que verbaliza, mas naquela que lhe veio de imediato à cabeça



Helder Figueiredo