15 outubro 2007

Onde é que isto está a chegar?




Ao ler o jornal Expresso deste sábado, 13 de Outubro, deparei com um anúncio na secção dos empregos de um senhor, engenheiro, que desistiu de estar reformado/aposentado e oferece-se para trabalhar... somente para trabalhar.

Isto é um sinal de que algo vai errado na nossa sociedade, que não permite às pessoas sentirem-se úteis depois de uma vida dedicada ao trabalho.

Esta atitude de desespero, explícita, demonstra que não existem mecanismos para que as pessoas possam imaginar e dedicar-se a outras actividades após o exercício de uma determinada profissão.

A diferença para os estrangeiros que ocupam grande parte do Sul do nosso País, é que são pessoas cuja cultura os levou a encarar a aposentadoria como uma oportunidade e não como uma fatalidade.

São pessoas que ao longo da sua vida profissional desenvolvem outros interesses, vidas muitas vezes quase paralelas, mas que se tornam, durante o ocaso profissional, num novo renascer para a alegria de viver.

Em Portugal é o contrário... as pessoas não desenvolvem outro tipo de interesses, e de repente, quando param profissionalmente, parece que morrem para a vida, aquela vida que deveria ser um reinício.

Ah! Mas a culpa é do Governo... bem, neste caso acho que é mais de cada um de nós que parece esquecer-se de viver, e pensar que há vida para além do trabalho.


Fica lançado o tema e as preocupações acerca do mesmo.

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