14 junho 2006

Contra a Mediocridade

Li recentemente um artigo na revista Sábado sobre a cultura da cábula e as suas mutações tecnológicas. Hoje, com o acesso massificado dos telemóveis de última geração, os alunos conseguem fazer exames sem estudar um pouquinho que seja. Ou tiram fotos da matéria e guardam nos telemóveis para consultar durante o exame, ou através de SMS's passam a matéria para o exterior e alguém responde pela mesma via, ou ainda, no caso de ser possível a utilização de PC's portáteis, utilizando o MSN Messenger para fazer os exames em equipa.
Não quero ser moralista, até porque também elaborei algumas cábulas ao longos das quase 2 dezenas de anos que investi na minha formação académica, mas confesso que nunca as consegui utilizar de forma eficaz.
Não sou nem nunca fui de copiar. Na minha opinião, hoje em dia cada vez mais não é importante a informarção que temos, mas sim o que fazemos com ela.
E este é um aspecto fundamental a ter em conta, porque enquanto não dermos este salto que representa a mediocridade de copiar apenas sem sequer entender o que estamos a copiar (e se hoje é fácil copiar com a tecnologia que temos à nossa disposição), nunca deixaremos de ser um País pequenino, com pessoas sem criatividade e com um esquema mental reduzido à sua mais básica tarefa de receber informação sem a processar.
Os professores, ao facilitarem a utilização das novas tecnologias nas salas de exame estão, de forma muito perigosa, a contribuir para criar nas próximas gerações a sensação de que tudo na vida será fácil, assim se dominem as novas tecnologias.

- Só uma pergunta. É assim tão complicado reter os telemóveis aos alunos ou mesmo proibi-los de os utilizar enquanto estão a fazer exame? Quando eu estudava, havia professores que não nos deixavam ter mais nada em cima da mesa do que o enunciado, a caneta e a folha de respostas.

Se não investirmos na capacidade de reflectir e de pensar, creio que estamos a criar uma geração (ou várias porque até as gerações se renovam cada vez mais rapidamente) de pessoas amorfas, que apesar de estarem a viver uma época sem precedentes no que ao acesso à informação diz respeito, mas não sabem o que fazer com ela. Ou seja, uma cambada de inúteis e 'apensantes'.

Termino com a estória que um amigo me contou. Quando trabalhou numa secretaria ligada às forças armadas, tirava fotocópias dos processos que tinham um carimbo a dizer "Confidencial". E eu perguntei-lhe "mas o que fazias com isso?". "Nada... só tirava as cópias porque podia ser informação importante".

Aguardo os vossos comentários ou sugestões para alpiarcense@gmail.com

PS - Ah! É só para dizer que já se podem fazer comentários anónimos. Infelizmente só agora percebi que tinha essa funcionalidade desactivada. Se calhar por isso é que têm escasseado os comentários

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Helder:
Costuma dizer-se de Deus escreve direito por linhas tortas e o moderador d e outro blog da nossa terra fez um copy and paste de um post teu sobre a Assembleia dos 40 maiores contribuintes de Alpiarça.
Por estranho que pareça, alguém deve ter magicado que tu levarias algo na manga e que com um passo de mágica farias uma autêntica revolução naquela casa.
O que é certo é que pelos mais diversos motivos esse teu post converteu-se no post mais comentado do Rotundas, ao ponto de se saber agora o que deu origem à expulsão do prof. Édio Luís do Alpiarça é a Razão.
Confesso que conheço apenas de vista o teu cunhado,mas ao fazer uma pesquisa google como alguém sugeriu e sabendo nos projectos em que está envolvido e a sua envergadura profissional, fiquei completamente parvo como é que uma pessoa como o Espirito Santo pode dar lições de moral ao teu cunhado e expulsá-lo do movimento.
Mas enfim, como o teu cunhado refere um dia a verdade virá ao de cima.