Fiz uma pesquisa na net sobre Alpiarça e gostava de partilhar aqui um dos textos que encontrei:
"Alpiarça é um concelho essencialmente agrícola, tendo a quarta mais elavada taxa de analfabetismo entre os 21 concelhos do distrito e um baixo nível de instrução e formação profissional. Esta histórica e excessiva dependência da agricultura foi apontada no debate local como um factor impeditivo, ao longo dos anos, da melhoria do nível de instrução e formação profissional. Uma questão de mentalidade, portanto, que está na base do excessivo individualismo e também na falta de espirito empresarial, bem patente no facto da zona industrial de Alpiarça continuar com cerca de 70% da sua área desocupada por falta de investidores.
Os participantes neste encontro entendem que o concelho não consegue reter os seus jovens e a classe média, assim como não consegue atrair o investimento. Outro ponto fraco apontado diz respeito à falta de uma estrutura produtiva para transformação e comercialização dos produtos agrícolas. A maioria dos participantes defende que os fracos acessos viários do concelho constituem um dos principais estrangulamentos ao desenvolvimento económico de Alpiarça.
A proximidade a Santarém e Almeirim foram apontados como factores negativos, assim como a reduzida capacidade de gestão e de cultura empresarial. Nos pontos fortes, destacaram-se a agricultura, as potencialidades turísticas e a boa qualidade de vida, a existência de uma zona industrial com terrenos disponíveis, a boa capacidade da mão de obra em especial na construção civil, e a disponibilidade de mão de obra, se houver formação profissional. A localização do concelho, beneficiando da proximidade dos grandes centros de consumo, e a existência de feiras e exposições locais foram mais alguns pontos fortes referidos neste encontro. Destacou-se a potencialidade do sector vitivinícola, onde as adegas cooperativas e casas agrícolas têm vindo a realizar grandes investimentos, e agora apostam em melhorar a imagem e o rótulo.
No final, o presidente da Câmara de Alpiarça, Raúl Figueiredo, subinhou que o principal ponto forte são os alpiarcenses, facto patente na elevada participação e capacidade de intervenção nesta reunião. Atribuiu "razões históricas ao atraso do concelho do ponto de vista industrial, recordando que a fábrica da Compal foi para Almeirim, depois da Câmara de Alpiarça ter rejeitado a sua localização no concelho, como se pode ler nas actas do Município da época". Admite haver estrangulamentos, "mas muitos não são ao nível concelhio, integram-se nos problemas da região e do país, a começar pelo facto de, se calhar, ser hoje mais rentável comercializar do que produzir em Portugal". Quanto à falta de formação e à mentalidade, Raúl Figueiredo considera tratar-se de uma questão complexa, pois existem pessoas analfabetas à frente de empresas de sucesso, assim como há muitas empresa geridas por pessoas com formação superior e que não têm sucesso. Em matéria de acessos, o autarca afirmou que se Alpiarça tivesse porto marítimo e acesso à auto-estrada teria certamente sido escolhida para a localização da fábrica da Auto Europa em vez de Palmela que é um concelho agrícola idêntico a Alpiarça. Raúl Figueiredo defence a melhoria das acessibilidades externas, nomeadamente com a construção do IC3.
Sobre a zona industrial, afirmou que nunca houve tanta procura por parte de investidores como agora, estando em apreciação na autarquia vários projectos no valor global de 2 milhões de contos de investimentos. De salientar que os terrenos na zona industrial estão a ser vendidos a 150 escudos por metro quadrado. Lamentou a inexistência de um hotel no concelho, pese embora todos os esforços feitos pela Câmara e os investimentos feitos no complexo turístico e museológico dos Patudos."
Publicado no site http://www.ribatejo.com/ resultado de um trabalho efectuado pelo Jornal http://www.oribatejo.pt/ em 1997.
Tive o privilégio de coordenar a organização do 1.º Congresso Empresarial da Região de Santarém, enquanto colaborador do NERSANT na altura, e creio que esta foi uma oportunidade muito interessante de juntar à volta de uma mesa um conjunto de pessoas de Alpiarça que contribuíram de forma muito positiva para fazer um retrato da nossa terra.
A reunião decorreu nas instalações dos Bombeiros e da Música, e foi tal a participação que cheguei a levar um puxão de orelhas do Presidente da NERSANT, pois à última da hora foi necessário reorganizar as mesas e o espaço para as pessoas que participaram no debate e que ultrapassaram em muito o número que tínhamos previsto.
Não sou saudosista, mas gostava de ver novamente as forças vivas deste Concelho a juntarem-se numa reunião como aquela para debater os pontos fortes e os pontos a desenvolver.
Fica o desafio, em especial para quem participou em 1997, mas também para os mais novos e que transportam no seu futuro o futuro de Alpiarça.
Helder Figueiredo
26 março 2008
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2 comentários:
Caro Helder:
Duvido que o nível de participação que tiveste nessa reunião há um pouco mais de 10 anos atrás tivesse o nível de participação que teve, se voltasses a fazer um debate idêntico.
Vejo qua alguns indicadores como o analfabetismo e a taxa de ocupação da nossa Zona Industrial devem estar desactualizados, mas quase tudo o resto em Alpiarça está pouco melhor.
Alpiarça vive hoje uma crise tremenda na construção civil e a agricultura está como se vê.
Espero que a evolução para os biocombustíveis possa de novo trazer para o nosso concelho um forte desenvolvimento agrícola.
Alpiarça continua a ser uma espécie de vila alentejana onde se vive pacatamente, mas do ponto de vista comercial e industrial há um virus que teima em nos atacar.
As pessoas de Alpiarça pouco ajudam o comércio e a pequena industria local que ainda vão sobrevivendo e são mais as lojas fechadas do que as abertas.
Por agora é tudo
Ó Senhor Ricardo Alpiarça continua a ser o concelho com a maior taxa de analfabetismo e a zona industrial só tem melhor as duas novas fábricas porque as outras que lá estão ou vão fechar ou já fecharam, faça uma volta por lá e depois diga, quanto ao resto basta fazer um passeio por Alpiarça e contabelizar a quantidade da casas para vender e ao abandono, ou por os seus ocupantes terem falecido e os seus filhos não se fixarem cá ou por as pessoas sairem mesmo.
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