19 novembro 2007

Recebem ordenado sem trabalhar

27-10-2007
Fonte: SOL


Recebem ordenado sem trabalhar

A CÂMARA Municipal de Lisboa (CML) está a pagar o ordenado a funcionários e assessores, que, no entanto, estão em casa, sem trabalhar. O departamento de Recursos Humanos da autarquia não quis adiantar um número mas, segundo o SOL apurou junto de fontes da autarquia, poderá chegar aos 400.

A maioria será pessoal com contratos de prestação de serviços - neste momento, existem mil avençados na câmara -, cuja situação está a ser «avaliada, caso a caso, pelos nossos serviços», disse ao SOL, Luis Fragoso, director municipal dos Recursos Humanos da CML. Uma pequena parte deste grupo que está em casa são funcionários dos quadros da câmara, cujas funções foram extintas ou estão a ser reestruturadas.

«Essa é uma situação pontual, uma vez que os funcionários nessas condições em breve serão recolocados noutros serviços», explicou.

Só o Departamento de Apoio à Presidência (DAP), que António Costa extinguiu esta semana, tinha cerca de 120 pessoas - exercendo funções que outros serviços camarários já executavam. A duplicação de funções foi, aliás, um dos motivos que levou Costa a propor ao executivo a reestruturação da orgânica da autarquia, começando pela extinção deste serviço.

Segundo soube o SOL, só no DAP havia 60 avençados. Alguns destes contratos já foram suspensos, como o que estava a pagar o trabalho de uma assessora, cuja única tarefa era ir uma vez por semana à CML, tratar das flores dos gabinetes do presidente e dos seus adjuntos.

Além dos avençados, o DAP incluía também várias dezenas de funcionários dos quadros da câmara, cuja reafectação está em curso. «É um trabalho que está a ser feito gradualmente», disse ao SOL Luis Fragoso.

O DAP estava dividido em três serviços: comunicação e imagem, relações externas e protocolo e apoio financeiro e administrativo. Apesar da sua dimensão e de ter funções iguais as de outros serviços da câmara, Santana contratou o grupo liderado pelo publicitário Einhart da Paz para gerir toda a comunicação institucional da CMI.

Quando apresentou o seu plano de saneamento financeiro da autarquia - que tem um passivo global de 1,5 mil milhões de euros, dos quais 440 milhões são dividas de curto prazo -, António Costa adiantou logo que pretendia modificar a estrutura orgânica da Câmara, «abolindo duplicações e redundâncias dos serviços».

O presidente da CML anunciou também a redução em 60% da despesa com horas extraordinárias e em 30% com avençados e tarefeiros.


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Tá mal... mas não é para todos...

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